quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mulheres X Dia dos Namorados


E foi dia namorados! Não tive como não pensar no assunto, presa por 4 horas em um shopping devido ao rodízio do meu carro, em plena véspera do dia dedicado aos casais apaixonados. Eu, hoje solteira, aos 28 anos, já estive do lado de “lá”, escolhendo presentinhos, feliz por estar acompanhada ou “morta” de saudades, cheia de planos em relação a isto ou aquilo, ainda que uma vez no ano.


Hoje, do lado de “cá”, sem querer querendo, parei pra pensar sobre tudo isso, sem pretensão, sem julgamentos, sem vergonha. Afinal, como ser mulher, feliz e plena, sozinha ou acompanhada, em tempos que nossos instintos naturais são cada vez mais domesticados e a alma feminina sufocada?

Ao contrário de nossas mãe e avós, conquistamos de fato espaço no mercado de trabalho e com isso nos tornamos mais frias e objetivas. Algumas de nós, com certeza nos masculinizamos para nos impor. Sabemos administrar, fazer tudo ao mesmo tempo. Somos fortes, somos chefes, somos rainhas de nós mesmas.
Essas conquistas foram sim, positivas. Mas é uma luta em meio a uma batalha que ainda continua.

 Ao mesmo tempo em que ganhamos “poder”, no sentido comumente entendido, perdemos contato com nossa psique instintiva e os poderes naturais à mulher. Sim, nossos instintos e ciclos naturais estão perdidos, pois estamos subordinadas a um mundo masculino. A cultura, o intelecto e nosso próprio ego, assim como nos fazem rainhas, nos fazem reféns de nós mesmas.

O mundo mudou, nós mudamos e certamente não sabemos que fazer. Eu, que tenho como um dos passatempos favoritos, a sorte de ouvir histórias de todos os tipos de amigas; solteiras, casadas, apaixonadas, em crise, de todos os graus de relacionamento e independência, confirmo: acabamos perdendo o referencial de interdependência, que é fundamental onde houver vida.

E eu, depois de tanto pensar no assunto, proponho apenas que um pensamento tranquilo nos envolva: experimentemos e expressemos o ser mulher, criemos vida, seja uma planta, um cachorrinho, uma arte ou um bebê. Pintemos, bordemos, escrevemos, dancemos, pensemos, rezemos. Façamos arte. Sejamos arte, mais viscerais que cerebrais. Ocupemos nosso corpo com segurança e orgulho, independente de cobranças externas e de limitações. Falemos e agimos de acordo com nossos pressentimentos e intuições. Sejamos fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão e da poesia.

Dependendo do ponto de vista, em dias masculinos e combativos, pode soar como ofensa, mas não vejo dessa forma quando o poeta diz :

Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher

Não fomos feitas para sermos mesquinhas, frágeis e incapazes de criar vida. Somos feitas para encontrar, libertar e amar. Escutemos nossa alma, a voz que diz “Por aqui”. “Aqui” sua alma estará em boa companhia: você, de verdade.

A todas, sozinhas e acompanhadas, um feliz dia dos namorados!

Luana



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