Em tempos de combate à sacola plástica em supermercados, de produtos orgânicos e reciclados, do mais puro e perfeito politicamente correto, por que será que o respeito às pessoas, à integridade humana , principalmente em escolas e em ambientes de trabalho permanece curiosamente muito alheio ao debate público?
São muitos os ditos populares que glorificam a força, os fortes, os bem – sucedidos.Todos já devem ter ouvido pelo menos um “olho por olho, dente por dente” , ou “o mundo é dos fortes”, e sei lá mais quantas outras balelas e crendices sem fundamento...como se o desespero fosse um acaso, que atinge um ou outro, um fraco, um golpe do destino, uma fatalidade.
Será que é mesmo verdade? Será que somos uma coisa ou outra? Ou que temos dias de glória e em outros estamos enfraquecidos?Quem vai dizer o que é verdade? O que fazer ao se sentir desrespeitado? Devemos consentir? Devemos reagir? Devemos ignorar ou ao menos fingir ignorar? Devemos deixar “baixar a poeira?Ou devemos deixar ou sangue subir?
Nesse mundo em que tudo temos nada temos. Falta modelo, falta norte, falta educação...e não daquela que recebemos ao longo da vida acadêmica, em cursos de aperfeiçoamento, no inglês, no 3d, no kumon! Aquela educação genuína, que vem da consciência coletiva, do saber o certo e o errado, o de não fazer com o outro o que não gostaríamos que fizéssemos conosco.
Somos fortes e somos frágeis, tais como dentes-de-leão, uma planta delicada, que provavelmente um dia você já assoprou. Assim como nós, está em quase todo o mundo, nos prados e relvados, bermas das estradas e caminhos, terrenos baldios, nos jardins urbanos... Tem grande poder de cura e raízes fortes e antes de se desfazer ao vento, lembra a imagem de um valente leão e sua juba.
E, tais como dentes-de-leão, nos abrimos ao sol, e respondemos com alegria à luz do dia, à receptividade, ao sorriso, ao respeito. No entanto, quando o clima é sombrio, ofensivo, hostil, somos abatidos, amarelamos e nos desligamos.Morremos um pouquinho por dentro.E pra que levar escuridão se podemos esbanjar raios de sol?
È pra se pensar.
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